Rivais de "Pidá" nada adiantaram sobre homicídio
Depois de verem os seus depoimentos adiados uma semana, os Correia testemunharam em tribunal durante a tarde de hoje e um deles, Benjamim, disse mesmo que no auge da espiral violenta no Porto, em 2007, não havia conflitos entre grupos, mas apenas entre o seu irmão Natalino e "Pidá".
Durante a fase de inquérito deste processo do chamado dossiê "Noite Branca" chegou a ser noticiado que o ataque a Palha, presenciado pelo segurança Alberto Ferreira ("Berto Maluco"), que mais tarde também foi assassinado, teria sido concretizado ao arrepio dos planos inicialmente gizados, que apontariam precisamente os irmãos Correia como alvos eleitos.
Esta foi pelo menos a terceira vez que "Pidá" e os irmãos Correia se enfrentam em tribunais do Porto, no âmbito de processos com acusação deduzida pela equipa especial "Noite Branca", que o procurador-geral da República constituiu para averiguar a sequência de assassinatos envolvendo pessoas ligadas à noite do Porto.
Benjamim, Natalino e Hélder já foram testemunhas contra "Pidá" no processo relacionado com o homicídio de outro irmão Correia, Ilídio. Do julgamento resultaram várias condenações, sendo a mais pesada (23 anos de prisão, agravados para 24 na Relação) a aplicada precisamente a Bruno "Pidá".
Noutra ocasião, os rivais reencontram-se em tribunal em situações opostas, com "Pidá" a testemunhar num processo em que os irmãos Correia eram acusados de extorsão.
No caso do homicídio de Aurélio Palha, agora em julgamento, os factos reportam-se à madrugada de 27 de Agosto de 2007, quando o empresário se encontrava perto da sua discoteca do Porto, a Chic, com Alberto Ferreira, e foi morto com disparos feitos a partir de um automóvel.
Além de Bruno "Pidá", estão acusados pelo homicídio consumado do empresário e tentado do segurança os arguidos Mauro Santos, Tiago Nogueira («Chibanga») Miguel Silva («Palavrinhas»), Ângelo Ferreira («Tiné») e Augusto Soares.
O julgamento prossegue no dia 14, no Palácio da Justiça do Porto, mas sob condução de um colectivo das Varas Criminais.